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terça-feira, 28 de outubro de 2008

Construção



Inventei-te nos versos que choviam dos meus olhos
Vesti-te de flores azuis com perfumes de paixão.

Nos cabelos, relevos de nuvens e contornos de luar.
No teu rosto, traços de horizonte com musicas de entardecer.
No pescoço, colares de beijos e pedras de desejo.
No teu peito, livros de melodias com sabores a Inverno.
No ventre, planícies de fogueiras de amor acesas.
Nos teus braços, penínsulas de carinho.
Nas coxas, abrigos de trincheiras invadidas de sussurros.
Nos teus pés, caminhos de lonjuras com pressa de chegar.

Inventei-te nas rimas que soltavam dos meus dedos
Despi-te das palavras que cantavam ilusões.

Amei-te de verdade…

sábado, 25 de outubro de 2008

Desespero



Hoje não tenho mar. Nem ondas, nem maresias.

Hoje o céu pintou-se de escuro, escondeu as estrelas
E nem deixou que a lua brilhasse.

Hoje não tenho dedos. Nem versos feitos flores.

Hoje fugiram-me as palavras, calou-se o murmúrio
E nem sobram as marés.

Hoje não te tenho. Não te sinto. Não te sonho.
(só um vazio tão cheio de coisa nenhuma…)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Quase um Fado



Trouxeste flores nos teus dedos
E maresias no olhar.
Na pele mapas e rotas
E nos cabelos o mar

Nas ondas largaste sonhos
Num veleiro a imensidão
Numa praia dunas de espuma
Nos rochedos a solidão

Vieste e não ficaste
Como as vagas na baía
Nesta maré de desejos
Nem a saudade cabia

Preciso romper estas rimas
E agarrar-te junto ao peito
Dizer-te do meu amor
Nestas palavras sem jeito

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Não



Não me digas palavras que os meus olhos já não chorem
Nem pintes o céu com as cores que o meu peito fez florir

Não me abraces a saudade
Não me soltes a solidão
Não abrigues no teu corpo outra cópia de ti
Não me aconchegues as névoas do que és

Não me digas palavras com músicas nos acentos
Nem acendas luzes nas frias madrugadas

Hoje eu quero sentir a angústia de te ter
Tão longe de te sentir.

domingo, 12 de outubro de 2008

Entre nós



Entre nós, só este mar de palavras com perfumes de maresias…
Por entre os dedos, rios de ondas formados nas ventanias…

Entre nós, todo um oceano de mares azuis e rochedos de nevoeiro…
Por entre os dedos, versos de paixão dum coração marinheiro…

Entrego os meus dedos às brisas do teu mar
E escrevo nelas a saudade de tanto amar.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Sonho



Acorda-me deste frio que paira sobre mim
Aconchega-me os dedos gelados de tantos versos
Alimenta-me os sentidos sedentos de paixões

Dá-me o fogo dos teus olhos
E assim, acesos, pousa-os na noite e acorda-me os sonhos…

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Ausência



Tínhamos tudo ao alcance dum desejo.

Um céu salpicado por mil sóis,
Uma lua pálida de tão branca
Um mar azul de tantas ondas
Uma praia grande de tantas baías
Um vento grosso de tantos uivos
Uma onda clara de tanta espuma


Sim. Tínhamos tudo ao alcance dum desejo.

Eu, e só a tua ausência…
Afinal temos nada!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Amar



Soltam-se os versos que falam solidões
Porque estou só de mim mesmo.

No peito um ardor a desencanto
E nos olhos uma miragem do teu sorriso.

Dói-me a névoa que espalhas no meu mar
E nem as maresias me cheiram a marés de espumas.

No mar, encalho o veleiro nas pedras da tua ausência
E os ventos expulsam-me as amarras que me ligam a ti.

Sinto-me à deriva do que sou
Em busca duma praia do que és…

Estou só no meio de tanto amar!