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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Bom Ano



Uma a uma recolho as estrelas que reflectem os teus olhos
Gota a gota guardo a chuva que sai dos teus cabelos
Nota a nota junto as melodias que se libertam dos teus lábios.

Acrescento de noites os sonhos que partilhamos,
De ventos as brisas que criamos,
De maresias os mares que navegamos.

E, num instante, perante a pressa de se fazer dia
Acordamos dum ano que termina, para renascer noutro,
Novo de tantos beijos, velho de tantas carícias,
Num soprar de anos emaranhados em tantas amarras.


Bom Ano Novo repleto de afectos velhos…
(Gostava de estender este voto a todos os que ainda manifestam bondade ao lerem-me. A todos mesmo...)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Natal



Natal de mãos abertas,
De olhos acesos,
De chamas na lareira,
De risos de crianças…

Natal de versos feitos
Num papel imaginário,
Numa canção de embalar
Cantada ao pé do fogo…

Natal de prendas,
Mensagens, postais,
De livros de encantar
De amizade verdadeira…

Natal num dia onde impera a noite…


Boas Festas!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Noite



Já é noite. Que frio está lá fora…
Nem as estrelas se atrevem a luzir…

Repouso o meu corpo cansado nas páginas dum livro.
Fala dum país imaginário onde não há distancias,
Onde a manhã se prolonga para além das horas,
Onde o céu permanece azul num luar interminável.

Ainda é noite. Que frio está lá fora…
Nem as chamas se atrevem a tremular…

Acendo a noite nos versos dum poema.
Canta o amor que existe para lá dos dias,
Dos mares que se estendem para alem das dunas,
Dos ventos que sopram para lá das ondas.

Acabou a noite. Que frio está lá fora…
Nem os dedos se atrevem a falar amor…

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Poema



Derreto-me nos teus braços
Escorro-me nos teus seios
Abrigo-me nos teus olhos
Sacio-me no teu sorriso.

Canto-te nos meus versos
Pinto-te nos meus sonhos
Invento-te na minha boca
Musico-te nos meus dedos.

Acordo-me no teu calor
Banho-me na tua pele
Visto-me dos teus cabelos
Alimento-me no teu suor.

Guardo-te no meu mar
Escondo-te feita praia
Sopro-te num meu vento
Cheiro-te numa brisa.

Não me acabem as palavras
Porque quero-te num poema…

domingo, 30 de novembro de 2008

A uma Deusa

(Para ti Nídia com um carinho do tamanho de África)


Pintou de azul as cores do meu sonho
E floriu em chamas as flores do meu mar.

Pediu às ondas rebentações de melodias
E às praias novos abraços de espumas.

Encheu de estrelas o manto do meu céu
E reflectiu de luz o sol da nossa noite.

E assim radiante, luminosa, com cheiro a Índico,
Me acena na lonjura do bafo do estio.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Preciso



Uma a uma, fiz das ondas balanços de searas,
Das brisas, paletas de cores a escorrerem dos meus dedos,
Do meu corpo, fontes de águas sedentas de tantas sedes,
Do meu mar, memórias de presentes afundados nos teus olhos.




Hoje apetece-me:

Um Cheiro da Ilha,
Uma passagem na Minha Página,
Dedilhar um PinGente,
Um abraço de Coragem,
Um Mar me Quer,
Um sorriso duma Anja,
Um olhar duma Constritora,
Um Som do Silêncio,
Ficar nos Sonhos,
Sentir a Chuva de Inverno
E olhar o Sol da Meia Noite

Beijinhos e Abraços

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Contigo



Contigo aprendi a ler versos na chuva que cai sobre a minha praia.
Aprendi a tecer madrugadas que sobravam nos meus dias,
A partilhar mares em ondas nascidas noutros ventos.
Aprendi a calar maresias em bafos de calores de novos mundos.

Contigo aprendi que vivo para além da vida que o destino me reserva.

Vivo para lá dos mares, dos sonhos, das ilusões de estar vivo…

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Tão longe...



Não me chegam as brisas do meu mar.

Aqui, tão longe, de saudades vestidas, só me cantam gaivotas de lembranças.
Aqui, onde as praias falam distancias, só me resto eu.

(e nesta ausência, revisito o mar em cada olhar no horizonte. Hasta Ya!)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Viagem em ti






Transporto nas nuvens as cores do teu sorriso
Guardo nas ondas os sons do teu olhar
Estendo na praia a luz dos teus murmúrios

E assim, preso em sonho, me liberto no teu corpo
Navegando em cada baía que há em ti.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Construção



Inventei-te nos versos que choviam dos meus olhos
Vesti-te de flores azuis com perfumes de paixão.

Nos cabelos, relevos de nuvens e contornos de luar.
No teu rosto, traços de horizonte com musicas de entardecer.
No pescoço, colares de beijos e pedras de desejo.
No teu peito, livros de melodias com sabores a Inverno.
No ventre, planícies de fogueiras de amor acesas.
Nos teus braços, penínsulas de carinho.
Nas coxas, abrigos de trincheiras invadidas de sussurros.
Nos teus pés, caminhos de lonjuras com pressa de chegar.

Inventei-te nas rimas que soltavam dos meus dedos
Despi-te das palavras que cantavam ilusões.

Amei-te de verdade…

sábado, 25 de outubro de 2008

Desespero



Hoje não tenho mar. Nem ondas, nem maresias.

Hoje o céu pintou-se de escuro, escondeu as estrelas
E nem deixou que a lua brilhasse.

Hoje não tenho dedos. Nem versos feitos flores.

Hoje fugiram-me as palavras, calou-se o murmúrio
E nem sobram as marés.

Hoje não te tenho. Não te sinto. Não te sonho.
(só um vazio tão cheio de coisa nenhuma…)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Quase um Fado



Trouxeste flores nos teus dedos
E maresias no olhar.
Na pele mapas e rotas
E nos cabelos o mar

Nas ondas largaste sonhos
Num veleiro a imensidão
Numa praia dunas de espuma
Nos rochedos a solidão

Vieste e não ficaste
Como as vagas na baía
Nesta maré de desejos
Nem a saudade cabia

Preciso romper estas rimas
E agarrar-te junto ao peito
Dizer-te do meu amor
Nestas palavras sem jeito

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Não



Não me digas palavras que os meus olhos já não chorem
Nem pintes o céu com as cores que o meu peito fez florir

Não me abraces a saudade
Não me soltes a solidão
Não abrigues no teu corpo outra cópia de ti
Não me aconchegues as névoas do que és

Não me digas palavras com músicas nos acentos
Nem acendas luzes nas frias madrugadas

Hoje eu quero sentir a angústia de te ter
Tão longe de te sentir.

domingo, 12 de outubro de 2008

Entre nós



Entre nós, só este mar de palavras com perfumes de maresias…
Por entre os dedos, rios de ondas formados nas ventanias…

Entre nós, todo um oceano de mares azuis e rochedos de nevoeiro…
Por entre os dedos, versos de paixão dum coração marinheiro…

Entrego os meus dedos às brisas do teu mar
E escrevo nelas a saudade de tanto amar.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Sonho



Acorda-me deste frio que paira sobre mim
Aconchega-me os dedos gelados de tantos versos
Alimenta-me os sentidos sedentos de paixões

Dá-me o fogo dos teus olhos
E assim, acesos, pousa-os na noite e acorda-me os sonhos…

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Ausência



Tínhamos tudo ao alcance dum desejo.

Um céu salpicado por mil sóis,
Uma lua pálida de tão branca
Um mar azul de tantas ondas
Uma praia grande de tantas baías
Um vento grosso de tantos uivos
Uma onda clara de tanta espuma


Sim. Tínhamos tudo ao alcance dum desejo.

Eu, e só a tua ausência…
Afinal temos nada!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Amar



Soltam-se os versos que falam solidões
Porque estou só de mim mesmo.

No peito um ardor a desencanto
E nos olhos uma miragem do teu sorriso.

Dói-me a névoa que espalhas no meu mar
E nem as maresias me cheiram a marés de espumas.

No mar, encalho o veleiro nas pedras da tua ausência
E os ventos expulsam-me as amarras que me ligam a ti.

Sinto-me à deriva do que sou
Em busca duma praia do que és…

Estou só no meio de tanto amar!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Palavras



Eram breves as palavras que os teus olhos segredavam
Dizias, em murmúrios, músicas de Outonos e fins de tarde
Ao redor de ti sobravam cores que espalhavas pelo ar
Criando horizontes de luz e sombras

Eram lindas as palavras que os teus olhos me ofereciam
E uma a uma, soltando-se num clarão, como que por encanto,
Pousaram nos meus lábios para que, num beijo, as guardasse
Colorindo uma canção que nos falasse de amor.

Foram tantas as palavras que os teus olhos prometeram…

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Outono




Numa praia, Sozinha, aguardo ansiosa pela tua chegada...

Sei que Contigo trazes folhas caídas de tons quentes...
Que abandonas nos ventos, deixando que se misturem
Com as Chuvas frias e tímidas, que deixas cair na janela ainda meio aberta...
Sinto-te em cada murmúrio, em cada gota desta Chuva de Inverno.

Quero-te em pleno com os cheiros quentes dos aromas da vida
Num Outono apaixonado por uma Manhã de Inverno.





Ela não queria...
Pasme-se: Dizia que não sabia escrever...
Insisti e o resultado foi o poema acima.
Foi um prazer trabalhar sobre o teu belissimo texto. Obrigado!
Ela, a mulher cheia de talento, é a Xinha

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Navego em ti...




Pousavas nos meus ouvidos sons de maresias…

E assim, abandonando-me, deixava que me acariciasses a alma
E que fugisses de ti em cada sopro dos beijos que trocávamos.
Percorria o teu corpo em alamedas de ondas, em rotas desconhecidas,
E aportava em cada baía, em cada cais, que me oferecias em eternos azuis.
Sentia fome, sede de madrugadas acordadas em paixões
E já nada saciava o desejo de te ter, resplandecente, em cada luz que acendias.

Pousavas nos meus olhos luas e marés…
E assim, marinheiro de mim mesmo, navego em ti até se acabarem os versos…

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Repouso o olhar...



Encostado às margens do teu corpo
Repouso o olhar adormecido de beleza

Sinto-o para além dos sentidos
Num encontro de beijos e carícias
Trocados num dia em que horas se ausentaram.

E assim, desperto dum sono de mil paixões,
Permaneço em mim confundido em ti.

sábado, 20 de setembro de 2008

Corpos conquistados





Suspiro...
E no negrume da noite
Nem me atrevo a abrir os olhos...

E assim, como que naufrago de mil mares
Só sinto os sonhos a baterem nas vidraças
Lembrando que O prazer
Vai para além Dos corpos conquistados.

Desperto Pelas emoções ao rubro,
Sentindo-te tão Á flor da pele
Com os teus lábios me caso, num beijo enorme
Do tamanho do desejo que Tu invades....




Se dúvidas restassem sobre a qualidade dos versos da Marta, aqui vos deixo esta prova inequívoca.
Parabéns Marta e obrigado.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Tanta imensidão...



Soltaste um traço, um abismo, um minuto de refúgio.

E assim solta, em plena queda, das mãos largando pássaros,
Ias transpondo fronteiras, entre o real e o sonho, entre o ser e o sentir.

Abriste brechas, um esconderijo, um momento de abandono.

E assim livre, em plena fuga, dos olhos soltando gritos,
Ias mergulhando gestos, entre o querer e o ter, entre o beijo e o morder.

Deixaste luzes, uma nuvem, uma imensidão de ti…

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Num fim de tarde...



Num fim de tarde, quando as gaivotas repousam de tantos voos,
Quando a noite se prepara para pairar sobre tanto mar,
Quando dos meus lábios brotam versos que o tempo emudeceu…

Num fim de tarde, quando os gestos se estendem para além dos corpos,
Quando o olhar se funde em brisas de flores de mar,
Quando as luzes se acendem nos veleiros feitos sonhos…

Eu quero estar aqui, rodeado do que resta de mim
E celebrar a tua imagem que a lua reflecte num raio de paixão.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Ao menos, tu!


Em silêncio, com olhos de madrugada, olhavas o mar,
E do teu olhar corriam versos enfeitados de marés.

Ao longe, onde o dia nasce por cansaço duma lua que inventei,
Surgem ilhas onde a ondas se espreguiçam entre espumas e penedos.

Embalado no meu barco, troco o sono pelo sonho, e assim desperto
Imagino-te uma praia, feita altar, onde vou chegar, de manhãzinha,
Para aí repousar o meu corpo sedento de alvoradas.

E vejo-te, em silêncio, com olhos de madrugada, a tecer os lençóis
Onde o amor se deita ao acordar da minha ausência.

Ao menos isto…

Ao menos tu!

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Um Sorriso, Um!



Dá-me apenas um sorriso.

Aberto, como que a convidar as estrelas para uma pintura,
Luminoso, como que a juntar raios de lua para tecer um manto,
Perfumado, como que a prender as brisas para fazer um vento,
Melodioso, como que a gravar cantos de sereia para compor uma canção,
Eterno, como que a fazer dos dias anos e dos anos uma vida.

Apenas um sorriso, um!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Abraçado a ti



Vou querer que o tempo se arraste
Num abraço apertado contra o tempo.

Querer que o meu peito se esmague no teu
Num movimento que lembre as ondas.

Abrir as mãos e soltar os versos
Rasgar o céu e tocar o sol
Pintar as brisas e ouvir os ventos
Sentir a névoa e beber as brumas.

Hoje vou querer que o tempo se arraste
E ficar, assim, abraçado a ti.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Costa da Morte



Aqui acaba a terra e começa o sonho,
Acaba a dor e começa a luz.

Aqui, nesta costa, nasce a morte e morrem sorrisos,
Acabam os abraços,
Naufragam as palavras
E acende-se o azul do mar.




Imagem capturada na Costa da Morte, Galiza, por Ricardo Reis

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Ocaso



Quis ir ao encontro dum ocaso
Que me fizesse, ao fim de um dia, descansar.

Naveguei mar adentro, guiei-me pelas brisas e, finalmente
Repousei nos braços das ondas, embalado pela tua luz…





Imagem capturada num fim de dia, em pleno Atlantico, por Ricardo Reis

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Fascínio






Já o sol tirara brilho à lua
Misturando as cores da manha.

No mar o reflexo do céu
Mostrava uns novos azuis.

O cheiro a maresia confunde-se com as ondas
Em abraços prolongados com as rochas.

Tanto mar, tanto azul, tanta beleza…






Estou num mar enorme, numa ilha pequena, numa paixão sem medida...Estou fora e para a semana eu volto para umas férias.

Imagem capturada, em pleno Atlântico, numa ilha, por Ricardo Reis

sábado, 2 de agosto de 2008

Candura







Com raios de lua colori
Os meus sonhos
Dando nova luz
Às minhas fantasias
Deixando que ficassem
Tatuadas na minha pele.

Aquece a noite
Quando me desnudo para ti.
Solto os cabelos e liberto a paixão,
Mordo o lábio
Lembrando a candura por estar
Um pouco envergonhada por esses desejos...


Vergonha de ti...
Talvez. Vergonha de mim?
Não, não tenho...



Mais um fruto duma sintonia, quase que espontânea, entre o talento poético da Marta e os meus dedos feitos versos.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Eu sei que dói...



Ouço, ao longe, o som das rochas batidas de tantas ondas,
E embalada pelas marés a minha alma repousa na tua lembrança.

Queria pegar-te na mão, levar-te a uma praia onde o mar é mais intenso
Aquecer-te a alma e beijar os teus olhos e ficar assim, calado, a sentir a tua dor passar.

E neste sofrimento de névoas com sabor a mágoa
Dizer-te que estou aqui ao teu lado a chorar contigo


Ver e ouvir AguaViva em Poetas Andaluces Aqui

Mais uma imagem capturada por Ricardo Reis numa viagem pelas ilhas de Ons (2007)

Quero dedicar este post a uma das minhas primeiras visitas nesta aventura da blogosfera e que sofre por amar tanto...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Ilusão



Perante esta imensidão onde só alcanço o céu,
Para lá das lonjuras que o meu olhar abraça…

Num parapeito sobre o mar, onde a praia se ausenta,
Numa névoa azul de onda, com espuma como enfeite…

Surges tu, meu amor, prisioneira da ilusão de te querer tanto!


Imagem capturada por Ricardo Reis numa viagem pelas ilhas de Ons (2007)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Aportei



Começava a notar-se o cheiro a terra
E esta mistura de odores, a mar e seivas, deixava-me inebriado

No horizonte uma onda de palmeiras
Como que dando as boas vindas ao vento cansado de tantas marés

O sol, já gasto de tanta luz, ia-se escondendo na curva desta baía
Fazendo com que o céu, em despedidas breves, corasse a sua face.

Por fim, numa praia onde a areia cheirava a rosas e flores de mar, deitada e vestida de nudez,
Havia um anjo, feito abrigo, onde pude repousar o meu corpo faminto de paixão.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Para o meu Pai (feito Foz)




E nesta Foz, onde o Douro abraça o mar, nasceu um dia
Aquele que foi meu farol em tantos ventos.
Na Cantareira fez-se luz, num beco onde o rio se via,
Que iluminou minha vida em tantos e tantos momentos.

Meu pai, pescador menino, dividido entre a escola e o mar
Cresceu em fomes de pouco pão e ausências de ternuras.
Fez-se homem de mãos abertas, doridas de trabalhar,
Mas de coração lindo e franco, carregado de doçuras.


De quem não sabe escrever em versos, marejados de saudade,
Esta falta, esta ausência, estas memórias sem idade.



Fotografia, carinhosamente oferecida, de Marta Vinhais

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Luz



Agarrei um raio de luar, daqueles que caem dum céu azul nocturno,
E guardei-o junto aos dedos, ainda frescos de pingar poemas.

Dei-lhe um nome, um que lembre viagens por marés empurradas,
E cantei-o num momento em que a paixão acorda dum sono de menino.

E assim cantado, de luzes acesas de mil versos, te chamo para a praia
Num instante de profundo amor, despido ventos e de cantos de maresia.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Quase uma canção de amor



Chamaste-me com olhos de perfumes a flores de mar.

Ao longe, no sitio onde o sol e as estrelas repousam de tantas luzes,
saías dum poema que falava de amor.

Por entre dedos e lábios acesos, corria um rio
que se evaporava rumo às nuvens, quase oásis, num céu abrasador

E desse olhar , qual corrente até à foz,
Nasceu um dia, onde a lua se levanta, tão branca, uma canção a falar de nós.


Ver e ouvir Diana Krall (A look of love) Aqui

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Lembro-me



Lembro-me desse instante, entre a luz e o canto,
Onde, despida de corpo, a minha alma se abria.
Nesse momento, qual menina, de tranças feitas brisas
Enfeitavas os meus olhos em viagem de infinito.

E assim, enamorado da ilusão, partia ao teu encontro,
Faminto de paixão, num destino que tardava a encontrar.

Por fim, num êxtase de beleza, por entre uma névoa e um luar,
Oferecias-me, em esplendor, o teu corpo feito mar…




Vêr e ouvir Pedro Barroso (Menina) Aqui

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Pele



É na pele que te leio os sonhos que só o mar guardava
(Percorro em cada poro viagens inventadas nos teus olhos)

É na tua pele que, cansados, repouso os meus dedos de tantos versos
(Numa pausa de paixões e de loucuras)

É na tua pele que, sedentos, pouso os meus lábios
(Para beber pedaços dos teus rios que correm sem parar)

É na tua pele que vivo e com ela me quero cobrir…



Ver e ouvir Patxi Andion (2o años) Aqui

domingo, 13 de julho de 2008

Para além...



Para além do fim do dia resta a lembrança,
A ilusória sensação que as horas correram no seu percurso normal.

Para além do fim das palavras restam os versos
Cantados num desafio em que o vento sopra sempre mais forte.

Para além do fim
Resto eu, acordado, à espera que tudo recomece…

Vêr e ouvir Léo Ferré (La Solitude) Clica aqui

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Vazio



Vazio.
É como está, hoje, o meu mar.
Nem as ondas caminham para a praia
Deixando a areia órfã de afagos e murmúrios…

Vazio.
È como vejo este barco onde navego.
Nem as brisas me indicam o Norte
Deixando o destino despido de esperança…

Hoje estou vazio de mim!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Desejo



Inventei uma hora em que o tempo não passa.
Comprei uma baía turquesa para a pintar de azul.
Tirei dos bolsos umas tantas estrelas e pendurei-as nos olhos.
Pedi ao vento uma brisa do cheiro dos teus cabelos, castanhos de tão soltos.
Rasguei do mapa os destinos do meu olhar para que só tu existas.
Mudei o tom do por do sol para que só realce os teus contornos.
Vesti-te de nudez para que as palavras se fizessem versos a cantar tanta beleza.
Peguei-te ao colo para embalar a paixão.

E, por fim, amei-te até que as ondas deixassem de banhar a praia…

domingo, 6 de julho de 2008

Empresto-te um poema...



Guardo no meu olhar névoas de ti.

Olho em frente, para onde caminham as estrelas
E de ti só sinto o cheiro desta ausência, enorme…

Queria tocar-te a alma, sentir-te no bater do coração
Mas do outro lado só fala a falta que me fazes, tanta…

Permaneço aqui, aqui onde moram as saudades
À espera que o vento te traga de volta ou
Que me leve, em sonho, ao paraíso do teu olhar.


Queria emprestar este simples poema a uma amiga recente que perdeu parte de si perdendo quem tanto amava...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Fica



Fica.

Deixa que os meus dedos te escrevam na minha pele,
Que os meus olhos te fixem no meu corpo e
Que a minha boca te cante nos meus sentidos.

Fica.

Deixa-me dar-te o mar com tantos rios a correr-lhe nas veias,
Uma onda de espuma erguida a rebentar de paixão e
Uma brisa quente com cheiro a maresias e beijos.

Fica , não me deixes a sós comigo…

terça-feira, 1 de julho de 2008

Cai a noite...



Cai a noite.

E com ela as estrelas numa dança de brilhos e clarões.
A lua, por entre as nuvens, inicia o despir do dia, sensualmente.

Os murmúrios do vento acendem desejos,
Carícias sobre a pele, caminhos de lábios no teu corpo.

As sombras vestem-se de nudez cobrindo o céu em tons violeta,
Escondendo as horas que inventei só para nós.

E assim, parados na noite, deslizamos sobre a areia
Em direcção ao mar, refugio do nosso amor!

domingo, 29 de junho de 2008

Amo-te



Nesta cama feita mar
Amei-te demoradamente…

Nem a noite se atreveu a esconder-me o dia
Nem a roubar esta luz que realça o teu corpo.

Amei-te desesperadamente em cada gota que este mar transbordou…

Chamo a lua, as brisas, os ventos para pintarem de azul
Este amor que imerge de cada poro da tua pele tão praia…

Amo-te até onde as palavras não fazem sentido…

sábado, 28 de junho de 2008

Fusão



Neste silêncio, só o teu corpo fala…

Treme-me a saudade de frio numa enorme demora
Abre-se um nevoeiro na voz que cala as palavras dos meus versos
Escorre uma brisa nas ondas que me trazem a ausência dos teus cheiros

No entanto ali à minha frente, tu e a água
Fundem-se num mar que nunca naveguei…

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Ninfa



Mesmo com asas feitas braços
Continuo a esvoaçar no teu espaço...

Quando pouso o meu olhar só ouço
O eco a repetir o meu riso...

Queria tocar-te, chamar-te
Alegria, paixão, amor....
Serei eu anjo
Sereia, ninfa, deusa....?
Ou apenas quem tu amas...

Sou mulher, apenas, de cabelos soltos no vento
Que te ama também...
E que, por amar-te tanto
Feliz se sente.........


Gostava que conseguissem imaginar o prazer que me deu trabalhar este texto com a Marta (Minha Página)
Incrivel a forma como escreve e com que qualidade...
Obrigado Marta!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Abraça-me



Abraça-me.
Embala-me a alma que eu quero dormir.

Canta-me baixinho uma praia,
Beija-me a saudade,
Acaricia este frio com os teus dedos,
Perfuma-me os sentidos.

E deixa-me ficar, no teu regaço,
Beber o teu cheiro, embriagar-me nos teus perfumes,
Saciar-me no verde das tuas mãos.

Abraça-me que eu quero dormir e
Acordar no mar dos teus cabelos…

terça-feira, 24 de junho de 2008

Olhos nos olhos



Imagino um mar sem marés...
Um céu sem lua em plena luz do dia...
Um sorriso sem a tua face...
Não consigo imaginar este texto sem a tua presença...

Assim nasceu, a 4 mãos, este texto, que só ficou muito bonito porque foi esventrado do talento duma mulher poeticamente estrondosa.
Obrigado Luisa (Pin-Gente)


sento-me na areia mansa que com as ondas
suspira amor, num namoro de movimentos eternos
uma língua de mar na boca da areia, troca beijos salgados
saciando desejos ocultos pelas brumas
a meu lado se deleitam, sem qualquer pudor,
de todos os medos despidos,
enrolam-se em espuma borbulhante ao sabor da corrente
e ao som de uma clara maresia
abandonados, meus lábios também suplicam ser beijados
e procuram os teus desesperadamente
peço à lua, se é de mel, que me ofereça tal presente,
e num voo me traga o teu corpo ardente
no fresco da minha carne... desejo-o, um pouco a medo
entrego-me em chamas de ventos feitas
pois meu olhar chegou a corar de tanto enlevo
na ternura calma dos teus olhos