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terça-feira, 29 de julho de 2008

Eu sei que dói...



Ouço, ao longe, o som das rochas batidas de tantas ondas,
E embalada pelas marés a minha alma repousa na tua lembrança.

Queria pegar-te na mão, levar-te a uma praia onde o mar é mais intenso
Aquecer-te a alma e beijar os teus olhos e ficar assim, calado, a sentir a tua dor passar.

E neste sofrimento de névoas com sabor a mágoa
Dizer-te que estou aqui ao teu lado a chorar contigo


Ver e ouvir AguaViva em Poetas Andaluces Aqui

Mais uma imagem capturada por Ricardo Reis numa viagem pelas ilhas de Ons (2007)

Quero dedicar este post a uma das minhas primeiras visitas nesta aventura da blogosfera e que sofre por amar tanto...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Ilusão



Perante esta imensidão onde só alcanço o céu,
Para lá das lonjuras que o meu olhar abraça…

Num parapeito sobre o mar, onde a praia se ausenta,
Numa névoa azul de onda, com espuma como enfeite…

Surges tu, meu amor, prisioneira da ilusão de te querer tanto!


Imagem capturada por Ricardo Reis numa viagem pelas ilhas de Ons (2007)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Aportei



Começava a notar-se o cheiro a terra
E esta mistura de odores, a mar e seivas, deixava-me inebriado

No horizonte uma onda de palmeiras
Como que dando as boas vindas ao vento cansado de tantas marés

O sol, já gasto de tanta luz, ia-se escondendo na curva desta baía
Fazendo com que o céu, em despedidas breves, corasse a sua face.

Por fim, numa praia onde a areia cheirava a rosas e flores de mar, deitada e vestida de nudez,
Havia um anjo, feito abrigo, onde pude repousar o meu corpo faminto de paixão.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Para o meu Pai (feito Foz)




E nesta Foz, onde o Douro abraça o mar, nasceu um dia
Aquele que foi meu farol em tantos ventos.
Na Cantareira fez-se luz, num beco onde o rio se via,
Que iluminou minha vida em tantos e tantos momentos.

Meu pai, pescador menino, dividido entre a escola e o mar
Cresceu em fomes de pouco pão e ausências de ternuras.
Fez-se homem de mãos abertas, doridas de trabalhar,
Mas de coração lindo e franco, carregado de doçuras.


De quem não sabe escrever em versos, marejados de saudade,
Esta falta, esta ausência, estas memórias sem idade.



Fotografia, carinhosamente oferecida, de Marta Vinhais

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Luz



Agarrei um raio de luar, daqueles que caem dum céu azul nocturno,
E guardei-o junto aos dedos, ainda frescos de pingar poemas.

Dei-lhe um nome, um que lembre viagens por marés empurradas,
E cantei-o num momento em que a paixão acorda dum sono de menino.

E assim cantado, de luzes acesas de mil versos, te chamo para a praia
Num instante de profundo amor, despido ventos e de cantos de maresia.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Quase uma canção de amor



Chamaste-me com olhos de perfumes a flores de mar.

Ao longe, no sitio onde o sol e as estrelas repousam de tantas luzes,
saías dum poema que falava de amor.

Por entre dedos e lábios acesos, corria um rio
que se evaporava rumo às nuvens, quase oásis, num céu abrasador

E desse olhar , qual corrente até à foz,
Nasceu um dia, onde a lua se levanta, tão branca, uma canção a falar de nós.


Ver e ouvir Diana Krall (A look of love) Aqui

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Lembro-me



Lembro-me desse instante, entre a luz e o canto,
Onde, despida de corpo, a minha alma se abria.
Nesse momento, qual menina, de tranças feitas brisas
Enfeitavas os meus olhos em viagem de infinito.

E assim, enamorado da ilusão, partia ao teu encontro,
Faminto de paixão, num destino que tardava a encontrar.

Por fim, num êxtase de beleza, por entre uma névoa e um luar,
Oferecias-me, em esplendor, o teu corpo feito mar…




Vêr e ouvir Pedro Barroso (Menina) Aqui

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Pele



É na pele que te leio os sonhos que só o mar guardava
(Percorro em cada poro viagens inventadas nos teus olhos)

É na tua pele que, cansados, repouso os meus dedos de tantos versos
(Numa pausa de paixões e de loucuras)

É na tua pele que, sedentos, pouso os meus lábios
(Para beber pedaços dos teus rios que correm sem parar)

É na tua pele que vivo e com ela me quero cobrir…



Ver e ouvir Patxi Andion (2o años) Aqui

domingo, 13 de julho de 2008

Para além...



Para além do fim do dia resta a lembrança,
A ilusória sensação que as horas correram no seu percurso normal.

Para além do fim das palavras restam os versos
Cantados num desafio em que o vento sopra sempre mais forte.

Para além do fim
Resto eu, acordado, à espera que tudo recomece…

Vêr e ouvir Léo Ferré (La Solitude) Clica aqui

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Vazio



Vazio.
É como está, hoje, o meu mar.
Nem as ondas caminham para a praia
Deixando a areia órfã de afagos e murmúrios…

Vazio.
È como vejo este barco onde navego.
Nem as brisas me indicam o Norte
Deixando o destino despido de esperança…

Hoje estou vazio de mim!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Desejo



Inventei uma hora em que o tempo não passa.
Comprei uma baía turquesa para a pintar de azul.
Tirei dos bolsos umas tantas estrelas e pendurei-as nos olhos.
Pedi ao vento uma brisa do cheiro dos teus cabelos, castanhos de tão soltos.
Rasguei do mapa os destinos do meu olhar para que só tu existas.
Mudei o tom do por do sol para que só realce os teus contornos.
Vesti-te de nudez para que as palavras se fizessem versos a cantar tanta beleza.
Peguei-te ao colo para embalar a paixão.

E, por fim, amei-te até que as ondas deixassem de banhar a praia…

domingo, 6 de julho de 2008

Empresto-te um poema...



Guardo no meu olhar névoas de ti.

Olho em frente, para onde caminham as estrelas
E de ti só sinto o cheiro desta ausência, enorme…

Queria tocar-te a alma, sentir-te no bater do coração
Mas do outro lado só fala a falta que me fazes, tanta…

Permaneço aqui, aqui onde moram as saudades
À espera que o vento te traga de volta ou
Que me leve, em sonho, ao paraíso do teu olhar.


Queria emprestar este simples poema a uma amiga recente que perdeu parte de si perdendo quem tanto amava...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Fica



Fica.

Deixa que os meus dedos te escrevam na minha pele,
Que os meus olhos te fixem no meu corpo e
Que a minha boca te cante nos meus sentidos.

Fica.

Deixa-me dar-te o mar com tantos rios a correr-lhe nas veias,
Uma onda de espuma erguida a rebentar de paixão e
Uma brisa quente com cheiro a maresias e beijos.

Fica , não me deixes a sós comigo…

terça-feira, 1 de julho de 2008

Cai a noite...



Cai a noite.

E com ela as estrelas numa dança de brilhos e clarões.
A lua, por entre as nuvens, inicia o despir do dia, sensualmente.

Os murmúrios do vento acendem desejos,
Carícias sobre a pele, caminhos de lábios no teu corpo.

As sombras vestem-se de nudez cobrindo o céu em tons violeta,
Escondendo as horas que inventei só para nós.

E assim, parados na noite, deslizamos sobre a areia
Em direcção ao mar, refugio do nosso amor!